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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Arte-5ª parte-Sociologia da Arte- e- Psicologia da Arte


Sociologia da Arte



A sociologia da arte é uma disciplina das ciências sociais que estuda a arte desde uma abordagem metodológica baseada na sociologia. Seu objetivo é estudar a arte como produto da sociedade humana, analisando os diversos componentes sociais que contribuem para a gênese e difusão da obra artística. A sociologia da arte é uma ciência multidisciplinar, recorrendo para suas análises a diversas disciplinas como a cultura, a política, economia, antropologia, linguística, filosofia, e demais ciências sociais que influenciam no desenvolvimento da sociedade. Entre os diversos objetos de estudo da sociologia da arte se encontram vários fatores que interveem desde um ponto de vista social na criação artística, desde aspectos mais genéricos como a situação social do artista ou a estrutura sociocultural do público, até mais específicos como o mecenato, o mercantilismo e comercialização da arte, as galerias de arte, a crítica de arte, colecionadores, museografia, instituições e fundações artísticas, etc Também cabe destaque no século XX a aparição de novos fatores como o avanço da difusão dos meios de comunicação, a cultura de massas, a categorização da moda, a incorporação de novas tecnologias ou a abertura de conceitos na criação material da obra de arte (arte conceitual, arte de ação)
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A sociologia da arte deve seus primeiros passos a interesses de diversos historiadores pela análise do ambiente social da arte desde metade o século XIX, especialmente após a criação do positivismo como método de análise científica da cultura, e a criação da sociologia como ciência autônoma por Auguste Comte. No entanto, a sociologia da arte se desenvolveu como disciplina própria durante o século XX, com sua própria metodologia e seus objetos de estudo determinados. O ponto de partida dessa disciplina é geralmente situado imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, com a aparição de diversas obras decisivas no desenvolvimento dessa corrente disciplinas: Arte e revolução industrial, de Francis Klingder (1947); A pintura florentina e seu ambiente social, de Friedrih AntalHistória social da literatura e a arte, de Arnold Hauser (1951). No seu início, a sociologia da arte esteve estritamente vinculada ao marxismo - como os próprios Hauser e Antal, ou Nikos Hadjinikolaou, autor de História da arte e luta de classes (1973) - embora, em seguida, se distanciou dessa tendência para adquirir autonomia própria como ciência. Outros autores destacados dessa disciplina são Pierre Francastel, Herbert Read, Francis Haskell, Michael Baxandall, Peter Burke e Giulio Carlo Argan  (1948); e




Psicologia da arte


Autorretrato con la oreja cortada (1889), de Vincent van Gogh. El psicoanálisis permite comprender ciertos aspectos de la personalidad del artista.
A psicologia da arte é a ciência que estuda os fenômenos da criação e apreciação artística desde uma perspectiva psicológica. A arte é, como manifestação da atividade humana, suscetível a ser analisada de forma psicológica, estudando os diversos processos mentais e culturais que ocorrem durante a criação da arte, tanto em sua criação como em sua recepção por parte do público. Por outro lado, como fenômeno da conduta humana, pode servir como base de análise da consciência humana, sendo a percepção estética um fator distintivo do ser humano como espécie, que o diferencia dos animais. A psicologia da arte é uma ciência interdisciplinar, que deve recorrer fortemente a outras disciplinas científicas para poder efetuar sua análise, desde -logicamente- a história da arte, até a filosofia e a estética, passando pela sociologia, antropologia, neurobiologia, etc. Também está estritamente conectada com o resto dos ramos da psicologia, desde a psicoanálise até a psicologia cognitiva, evolutiva ou social, passando pela psicobiologia e os estudos de personalidade. Assim mesmo, a nível fisiológico, a psicologia da arte estuda os processos básicos da atividade humana -como a percepção, a emoção e a memória-, assim como as funções superiores do pensamento e da linguagem. Entre seus objetos de estudo se encontram tanto a percepção de cor (recepção retiniana e processamento do córtex) e a análise da forma, como os estudos sobre a criatividade, capacidades cognitivas (símbolos, ícones), e a arte como terapia. Para o desenvolvimento dessa disciplina foram essenciais as contribuições de Sigmund Freud, Gustav fechner, a escola de Gestalt (dentro da qual se destacam os trabalhos de Rudolf Arnheim), Lev Vygotski, Howard Gardner, etc. 


Uma das principais correntes da psicologia da arte tem sido a Escola de Gestalt, que afirma que estamos condicionados pela nossa cultura -em sentido antropológico-, e que a cultura condiciona nossa percepção. Toma como ponto de parte a obra de Karl Popper, que afirma que na apreciação estética há um pouco de insegurança (gosto), que não tem base científica e não se pode generalizar; levamos uma ideia preconcebida ("hipótese prévia"), que faz com que encontremos no objeto o que buscamos. Segundo a Gestalt, a mente configura, através de certas leis, os elementos que chegam a ela através dos canais sensoriais (percepção) ou da memória (pensamento, inteligência e resolução de problemas). Em nossa experiência do meio ambiente, esta configuração tem um caráter primário sobre os elementos que a compõem, e a soma desses últimos por si próprios não poderia nos levar, portanto, a compreensão do funcionamento mental. Se fundamentam na noção de estrutura, entendida como um todo significativo de relações entre estímulos e respostas, e tentam entender os fenômenos em sua totalidade, sem esperar os elementos do conjunto, que formam uma estrutura integrada fora da qual esses elementos não teriam significado. Seus principais expoentes foram Rudolf Arnheim, Max Wertheimer, Wolfgang Köhler, Kurt Koffka y Kurt Lewin



Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Arte-4ª parte: Conservação e restauro

Juízo Final de Miguel Ángel antes da restauração.
Juízo Final de Miguel Ángel antes da restauração.

Juízo Final durante a restauração.
Juízo Final durante a restauração.
Juízo Final depois da restauração.
Juízo Final depois da restauração.





A conservação e restauro de obras de arte é uma atividade que tem por objeto a reparação ou atuação preventiva de qualquer obra que, devido a sua antiguidade ou estado de conservação, seja necessária uma intervenção para preservar sua integridade física, assim como seu valor artístico, respeitando ao máximo a essência original da obra
Citação: A restauração deve se dirigir ao reestabelecimento da unidade potencial da obra de arte, sempre que isso seja possível sem cometer uma falsificação artística ou uma falsificação histórica, e sem apagar pegada alguma do transcurso da obra de arte através do tempo. escreveu: «Cesare Brandi, Teoría de la restauración (1988)
Na arquitetura, a restauração é apenas do tipo funcional, para preservar a estrutura e unidade do edifício, ou reparar rachaduras ou pequenos defeitos que podem surgir nos materiais. Até o século XVIII, as restaurações arquitetônicas só preservavam as obras de culto religioso, dado seu caráter litúrgico e simbólico, reconstruindo outro tipo de edifício sem respeitar sequer o estilo original. Por fim, desde o auge da arqueologia ao final do século XVIII, especialmente com as escavações de Pompeia e Herculano, se tendeu a preservar a medida do possível qualquer estrutura do passado, sempre e cquando tivesse um valor artístico e cultural. Ainda assim, no século XIX os ideais românticos levaram a buscar a pureza estilística do edifício, e a moda do historicismo levou a planejamentos como os de Viollet-le-Duc, defensor da intervenção em monumentos com base em um certo ideal estilístico. Na atualidade, se tende a preservar ao máximo a integridade dos edifícios históricos.
Na área da pintura, se tem evoluído desde uma primeira perspectiva de tentar recuperar a legibilidade da imagem, acrescentando se fosse necessário partes perdidas da obra, a respeitar a integridade tanto física como estética da obra de arte, fazendo as intervenções necessárias para suas conservação sem que se produza uma transformação radical da obra. A restauração pictórica adquiriu um crescente impulso a partir do século XVII, devido ao mal estado de conservação de pinturas a fresco, técnica bastante corrente na Idade Média e no Renascimento. Do mesmo modo, o aumento do mercado de antiguidades proporcionou a restauração de obras antigas caras a sua posterior comercialização. Por último, a escultura tem sido uma evolução paralela: desde a reconstrução de obras antigas, geralmente em relação a membros mutilados (como a reconstrução do Laocoonte em 1523-1533 por parte de Giovanni Angelo Montorsoli), até a atuação sobre a obra preservando sua estrutura original, mantendo em caso necessário um certo grau de reversibilidade da ação praticada A conservação e restauro de obras de arte é uma atividade que tem por objeto a reparação ou atuação preventiva de qualquer obra que, devido a sua antiguidade ou estado de conservação, seja necessária uma intervenção para preservar sua integridade física, assim como seu valor artístico, respeitando ao máximo a essência original da obra.
Citação: A restauração deve se dirigir ao reestabelecimento da unidade potencial da obra de arte, sempre que isso seja possível sem cometer uma falsificação artística ou uma falsificação histórica, e sem apagar pegada alguma do transcurso da obra de arte através do tempo. escreveu: «Cesare Brandi, Teoría de la restauración (1988)
Na arquitetura, a restauração é apenas do tipo funcional, para preservar a estrutura e unidade do edifício, ou reparar rachaduras ou pequenos defeitos que podem surgir nos materiais. Até o século XVIII, as restaurações arquitetônicas só preservavam as obras de culto religioso, dado seu caráter litúrgico e simbólico, reconstruindo outro tipo de edifício sem respeitar sequer o estilo original. Por fim, desde o auge da arqueologia ao final do século XVIII, especialmente com as escavações de Pompeia e Herculano, se tendeu a preservar a medida do possível qualquer estrutura do passado, sempre e cquando tivesse um valor artístico e cultural. Ainda assim, no século XIX os ideais românticos levaram a buscar a pureza estilística do edifício, e a moda do historicismo levou a planejamentos como os de Viollet-le-Duc, defensor da intervenção em monumentos com base em um certo ideal estilístico. Na atualidade, se tende a preservar ao máximo a integridade dos edifícios históricos.
Na área da pintura, se tem evoluído desde uma primeira perspectiva de tentar recuperar a legibilidade da imagem, acrescentando se fosse necessário partes perdidas da obra, a respeitar a integridade tanto física como estética da obra de arte, fazendo as intervenções necessárias para suas conservação sem que se produza uma transformação radical da obra. A restauração pictórica adquiriu um crescente impulso a partir do século XVII, devido ao mal estado de conservação de pinturas a fresco, técnica bastante corrente na Idade Média e no Renascimento. Do mesmo modo, o aumento do mercado de antiguidades proporcionou a restauração de obras antigas caras a sua posterior comercialização. Por último, a escultura tem sido uma evolução paralela: desde a reconstrução de obras antigas, geralmente em relação a membros mutilados (como a reconstrução do Laocoonte em 1523-1533 por parte de Giovanni Angelo Montorsoli), até a atuação sobre a obra preservando sua estrutura original, mantendo em caso necessário um certo grau de reversibilidade da ação praticada.


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

domingo, 27 de novembro de 2011

Arte-3ª parte

Formas, gêneros, mídias, e estilos

As artes criativas são muitas vezes divididas em mais categorias específicas, tais como artes decorativas, artes plásticas, artes do espectáculo, ou literatura. Assim, por exemplo, pintura é uma forma de arte visual, e a poesia é uma forma de arte literária.
Uma forma de arte é uma forma específica de expressão artística para tomar, é um termo mais específico do que arte em geral, mas menos específico do gênero.
Alguns exemplos incluem:
 
As mídias (meios) para uma obra de arte ser construída são as mais diversas. Precisa-se de materiais propícios para ela ser realizada pelo artista. Assim, por exemplo, pedra e bronze são duas mídias capazes de construir uma obra de arte, como, no caso, uma escultura. A música e a poesia usam o som, a pintura usa tintas, telas, cores, óleo 

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Detalhe da famosa pintura Mona Lisa, onde Leonardo da Vinci utilizou o sfumato, um tipo de material para dar sensação de forma, volume e profundidade. Repare os lábios e as bochechas
 
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Um estilo de arte digital, onde o material usado é completamente diferente do material que se usa para uma tela
 
 
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Um gênero artístico é o conjunto de convenções e estilos dentro de uma forma de arte e mídia. Por exemplo, o Cinema possui uma gama de gêneros: filmes ocidentais, filmes de horror, comédia, romance. É assim também na literatura. Na música, há centenas de gêneros musicais, que variam de região, cultura e etc., e vão desde rock, até Mpb. Na pintura, as correntes de artistas (como o Naturalismo), incluem paisagem ou cotidiano (ruas, pessoas em suas atividades diárias, etc.).
As estruturas compositivas de uma obra (arranjo de formas, cores, ritmo, texturas, e linhas) são as estruturas que expressarão as ideias e as emoções que a obra passar, segundo os olhos do espectador. Diante de um quadro, cada espectador terá uma sensação, de acordo com sua disposição, seus conhecimentos e seus gostos.
Imagine-se que você é um crítico de arte cuja missão consiste em comparar os significados que você encontra em uma ampla gama de diferentes trabalhos artísticos. Como você irá executar sua missão? Uma maneira de começar o trabalho é separar, por grupos, que tipo de mídia usa-se em cada trabalho artístico: é um vídeo?, é através do som?, é pela escrita?, e assim por diante. Os materiais de uma arte são tão importantes quanto a arte em si; um exemplo é uma escultura que foi realizada com bronze: ela não tem a mesma estética de uma escultura que fora realizada à pedra, embora a forma seja a mesma. Assim, outro exemplo é uma música que utiliza guitarras: o som desta música não será o mesmo de uma música que apenas utilize piano, embora a melodia continue sendo a mesma. Portanto, sendo um crítico de arte cuja missão é comparar os significados de cada obra artística, há um outro passo interessante: você pode analisar a forma como os materiais em cada obra tornaram-se a arte pronta. O sfumato, na Mona Lisa, deu um toque especial no rosto da figura pintada no quadro. Analisar como cada material é importante para a composição da obra, é uma forma de conhecer mais profundamente a obra.
Mas, no final, você iria concluir que a maioria das obras de arte não são um conjunto de materiais e mídias, e estética. Cada obra de arte é mais que isso, pois os materiais são utilizados de acordo com a técnica de cada artista e, no final, suas interpretações envolveriam também uma discussão sobre ideias e sentimentos que o trabalho artístico quis propor.

sábado, 26 de novembro de 2011

Arte-2ª parte

 

Utilidade


Dança


Música: um organista.Uma das características da arte é a dificuldade que se tem em conferir-lhe utilidade. Muitas vezes esta dificuldade em encontrar utilidade para a arte mascara preconceitos contra a arte e os artistas.
O que deve ser lembrado é que a arte não possui utilidade, no sentido pragmatista e imediatista de servir para um fim além dele mesmo. Assim, um quadro não "serve" para outra coisa, como um desenho técnico, como uma planta de engenharia, por exemplo, serve para que se construa uma máquina. Mas isso não quer dizer que a arte não tenha uma função.
A arte possui a função transcendente, ou seja, manchas de tinta sobre uma tela ou palavras escritas sobre um papel simbolizam estados de consciência humana, abrangendo percepção, emoção e razão (segundo Charles S. Peirce, fundador da semiótica). Essa seria a principal função da arte.
A arte também é usada por terapeutas, psicoterapeutas e psicólogos clínicos como terapia. Nise da Silveira foi uma importante psiquiatra brasileira, aluna de Carl Jung, que utilizou com sucesso em seus pacientes, a partir de 1944, a arte a partir da terapia ocupacional. Graças a este trabalho, fundou o Museu do Inconsciente, em 1952, no Rio de Janeiro.
Paul McCartney, ex-Beatle, diz que a música é capaz de curar. Ele afirmou que em uma de suas visitas a um hospital que realiza tratatamento de autistas, estes respondiam quando se dedilhava algo no violão. Sabe-se que as pessoas vítimas de autismo respondem muito pouco a estímulos externos, de acordo com o grau de autismo.
A arte pode trazer indícios sobre a vida, a História e os costumes de um povo, inclusive dos povos e nações já extintos. Assim, conhecemos várias civilizações por meio de sua arte, como a egípcia, grega antiga e muitas outras. A História da Arte é a disciplina que estuda as manifestações artísticas da humanidade através dos séculos.
Grafite e outros tipos de arte de rua são gráficos e imagens pintadas por spray. São vistos pelo público em paredes de edifícios, em ônibus, trens, pontes e, normalmente sem permissão do governo. Este tipo de arte faz parte de diversas culturas juvenis. Nos EUA, na cultura hip-hop, são comumemente usadas para a expressão de opiniões sobre política, e outras vezes trazem mensagens de paz, de amor e união.
A arte, como qualquer outra manifestação cultural humana, pode ser utilizada para a coesão social, reafirmando valores, ou os criticando, de acordo com a civilização.
Assim, a arte é utilizada como instrumento de moralização, doutrinação política e ideológica, assim como ferramenta na educaçãoBetty Edwards, principalmente a partir de sua obra Desenhando com o lado direito do cérebro, as habilidades artísticas são regidas pelo lado direito do cérebro, e a lógica e outras habilidades ligadas à racionalidade são regidas pelo lado esquerdo. A utilização da arte como ferramenta pedagógica seria uma forma de utilizar os dois lados do cérebro, de forma complementar para um aprendizado mais eficaz. em vários campos do conhecimento, desde o ensino básico até o treinamento de funcionários em empresas. Segundo a sistematização de conhecimento artístico e fisiológico sobre o funcionamento do cérebro realizado por
As obras de arte também podem fazer críticas a uma sociedade. Les Misérables, de Victor Hugo, é um exemplo de obra literária que critica a sociedade francesa do início do século XIX. A obra do pintor espanhol Goya, Os fuzilamentos de 3 de maio é outro exemplo disso.
A interpretação da obra depende do observador. Portanto, inversamente a própria subjetividade da arte demonstra a sua importância no sentido de facilitar a troca e discussão de ideias rivais, ou para prestar um contexto social em que diferentes grupos de pessoas possam reunir e misturar-se.

Arte: classe e valor


Pormenor da fachada do jardim de Versailles: influência por toda a Europa.
Aspecto de uma das galerias do Hermitage.
A arte é entendida por alguns como um pertence de apenas algumas classes sociais, principalmente das mais ricas. Esta definição exclui a classe inferior, em questão financeira. Nesse contexto, a arte é vista como uma atividade de classe superior associada à riqueza, a capacidade de venda e compra de arte, o lazer e o prazer para desfrutar de uma obra. Por exemplo, o Palácio de Versailles ou o Hermitage, em São Petersburgo, com sua vasta coleção de arte, acumuladas pela realeza da Europa exemplificam esta visão. Coletando tal arte é o de preservar o rico, ou de Governos e instituições.
Entretanto, tem havido um empurrão cultural na outra direção, pelo menos desde 1793, quando o Louvre, que tinha sido um palácio privado dos Reis de França, foi aberta ao público como museu de arte durante a Revolução Francesa. A maioria dos museus públicos modernos e arte programas educacionais para as crianças nas escolas pode ser rastreada até este impulso de mostrar a arte a todos. Nos Estados Unidos, há museus de todos os tipos: dos mais ricos, até os mais públicos, como acontece no Brasil, e em Portugal.
Há tentativas de criar arte que não podem ser compradas pelos ricos, como se fossem objeto de um estatuto. No final dos anos 1960 e 1970 foi justamente isto: criar arte que não podia ser comprada e/ou vendida. "É necessário apresentar algo mais do que meros objectos", disse que o grande artista pós-guerra alemão Joseph Beuys. Este período viu o surgimento de coisas como arte performática, vídeo arte e arte conceitual. A ideia era que, se o trabalho artístico foi um desempenho que iria deixar nada para trás, ou era simplesmente uma ideia, não podia ser comprada e vendida.
Muitas dessas performances de criar obras que são apenas compreendido pela elite, resultaram nas razões pelas quais uma ideia ou vídeo ou um aparente "pedaço de lixo" pode ser considerado arte.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Arte 1ª parte

Pintura: Mona Lisa, de Da Vinci: uma das pinturas mais conhecidas.
 
Arte (Latim Ars, significando técnica e/ou habilidade) geralmente é entendida como a actividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular essas instâncias de consciência em um ou mais espectadores, dando um significado único e diferente para cada obra de arte.

Definições

A definição de arte varia de acordo com a época e a cultura. Pode ser separada ou não em arte rupestre, como é entendida hoje na civilização ocidental, do artesanato, da ciência, da religião e da técnica no sentido tecnológico.
Assim, entre os povos ditos primitivos, a arte, a religião e a ciência estavam juntas na figura do xamã, que era artista (músico, ator, poeta, etc.), sacerdote e médico. Originalmente, a arte poderia ser entendida como o produto ou processo em que o conhecimento é usado para realizar determinadas habilidades.
Este era o sentido que os gregos, na época clássica (século V a.C.), entendiam a arte: não existia a palavra arte no sentido que empregamos hoje, e sim "tekné", da qual originou-se a palavra "técnica" nas línguas neo-latinas. Para eles, havia a arte, ou técnica, de se fazer esculturas, pinturas, sapatos ou navios. Neste sentido, é a acepção ainda hoje usada no termo artes marciais.
No sentido moderno, também podemos incluir o termo arte como a atividade artística ou o produto da atividade artística. Tradicionalmente, o termo arte foi utilizado para se referir a qualquer perícia ou maestria, um conceito que terminou durante o período romântico, quando arte passou a ser visto como "uma faculdade especial da mente humana para ser classificada no meio da religião e da ciência".
A arte existe desde que há indícios do ser humano na Terra. Ao longo do tempo, a função da arte tem sido vista como um meio de espelhar nosso mundo (naturalismo), para decorar o dia-a-dia e para explicar e descrever a história e os diversos eus que existem dentro de um só ser (como pode ser visto na literatura) e para ajudar a explorar o mundo e o próprio homem. Estilo é a forma como a obra artística se mostra, enquanto que Estética é o ramo da Filosofia que explora a arte como fundamento.
Uma obra artística só se torna conhecida quando algo a faz ficar diante de um dos sentidos do ser humano. Os avanços tecnológicos contribuem de uma forma colossal para criar acessibilidade entre a pessoa que deseja desfrutar da arte e a própria arte. A pessoa e a obra se unem então, por diversos meios, como os rádios (para a música), os museus (para pinturas, esculturas e manuscritos), e a televisão, que talvez seja, entre esses itens citados, o que mais capacidade tem para levar a obra artística a um número grande de interessados, por utilizar diversos sentidos (visão, audição) e por utilizar também satélite. A própria Internet é fonte de transmissão entre a obra e o interessado, com sites (que distribuem E-books e por softwares especializados em conectar o computador do usuário a uma rede com diversos outros computadores.
Entretanto, exploradores, comerciantes, vendedores e artistas de público (palhaços, malabaristas, ator, etc.) também costumam apresentar ao público as obras, nos mais diversos lugares, de acordo com suas funções. A arqueologia transmite ideias de outras culturas; a fotografia é uma forma de arte e está acessível por todos os cantos do mundo; e também por almanaques, enciclopédias e volumes em geral é possível conhecer a arte e sua história. A arte está por todos os cantos, pois não se restringe apenas em uma escultura ou pintura, mas também em música, cinema e dança.
O ser que faz arte é definido como o artista. O artista faz arte segundo seus sentimentos, suas vontades, seu conhecimento, suas ideias, sua criatividade e sua imaginação, o que deixa claro que cada obra de arte é uma forma de interpretação da vida.
A inspiração seria o estado de consciência que o artista atinge, no qual vê a percepção, a razão e emoção encontram-se combinados de forma parte para realizar suas melhores obras. Seria o insight de algumas teorias da psicologia.
Ernst Gombrich, famoso historiador de arte, afirmou que nada existe realmente a que se possa dar o nome de Arte. Existem somente artistas.
Arte é um fenômeno cultural. Regras absolutas sobre arte não sobrevivem ao tempo, mas em cada época, diferentes grupos (ou cada indivíduo) escolhem como devem compreender esse fenômeno.
 
 
 
 
 
 
 
Arte pode ser sinônimo de beleza, ou de uma beleza transcendente. Dessa forma, o termo passa a ter um caráter subjetivo, qualquer coisa pode ser chamada de arte, desde que alguém a considere assim, não precisando ser limitada à produção feita por um artista. Como foi mencionado, a tendência é considerar o termo arte apenas relacionado, diretamente, à produção das artes plásticas.
Os historiadores de arte buscam determinar os períodos que empregam certo estilo estético, denominando-os por 'movimentos artísticos'. A arte registra as ideias e os ideais das culturas e etnias, sendo assim, importante para a compreensão da história do Homem e do mundo.
Formas artísticas podem extrapolar a realidade, exagerar coisas aceitas ou simplesmente criar novas formas de se observar a realidade.
Em algumas sociedades, as pessoas consideram que a arte pertence à pessoa que a criou. Geralmente consideram que o artista usou o seu talento intrínseco na sua criação. Essa visão (geralmente da maior parte da cultura ocidental) reza que um trabalho artístico é propriedade do artista. Outra maneira de se pensar sobre talento é como se fosse um dom individual do artista. Os povos judeus, cristãos e muçulmanos possuem esta visão sobre a arte.
Outras sociedades consideram que o trabalho artístico pertence à comunidade. O pensamento é levado de acordo com a convicção de que a comunidade deu ao artista o capital social para o seu trabalho. Nessa visão, a sociedade é um coletivo que produz a arte através do artista, que apesar de não possuir a propriedade da arte, é visto com importância para sua concepção. Existem contradições quanto à honra ou ao gosto pela arte, indicando assim o tipo de moral que a sociedade exerce.
Também pode ser definida, mais genericamente, como o campo do conhecimento humano relacionado à criação e crítica de obras que evocam a vivência e interpretação sensorial, emocional e intelectual da vida em todos os seus aspectos.A verdadeira essencia da arte e a do artista poder transformar a realidade de acordo com seus ideais e pensamentos.
 
 
                
                Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 
 
 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Solidão


Pintura de Jean Jacques Henner retratando a solidão
Solidão é um sentimento no qual uma pessoa sente uma profunda sensação de vazio e isolamento. A solidão é mais do que o sentimento de querer uma companhia ou querer realizar alguma atividade com outra pessoa não por que simplesmente se isola mas por que os seus sentimentos precisam de algo novo que as transforme. Um dos primeiros usos a serem gravados da palavra "solitário" está na tragédia Coriolanus, Ato IV Cena 1, de William Shakespeare, escrita em 1608.



Distinção da solitude

 

Solidão não é o mesmo que estar desacompanhado. Muitas pessoas passam por momentos em que se encontram sozinhas, seja por força das circunstâncias ou por escolha própria. Estar sozinho pode ser uma experiência positiva, prazerosa e trazer alívio emocional, desde que esteja sob controle do indivíduo. Solitude é o estado de se estar sozinho e afastado das outras pessoas, e geralmente implica numa escolha consciente. A solidão não requer a falta de outras pessoas e geralmente é sentida mesmo em lugares densamente ocupados. Pode ser descrita como a falta de identificação, compreensão ou compaixão.
Em seu crescimento como indivíduo, o ser humano começa um processo de separação ainda no nascimento, a partir do qual continua a ter uma independência crescente até a idade adulta. Desta forma, sentir-se sozinho pode ser uma emoção saudável e, de fato, a escolha de ficar sozinho durante um período de solitude pode ser enriquecedora. Para sentir solidão, entretanto, o indivíduo passa por um estado de profunda separação. Isto pode se manifestar em sentimentos de abandono, rejeição, depressão, insegurança, ansiedade, falta de esperança, inutilidade, insignificância e ressentimento. Se tais sentimentos são prolongados eles podem se tornar debilitantes e bloquear a capacidade do indivíduo de ter um estilo de vida e relacionamentos saudáveis. Se o indivíduo está convencido de que não pode ser amado, isto vai aumentar a experiência de sofrimento e o consequente distanciamento do contato social. A baixa auto-estima pode dar início à desconexão social que pode levar à solidão.
Em algumas pessoas, a solidão temporária ou prolongada pode levar a notáveis expressões artísticas e criativas como, por exemplo, Emily Dickinson. Isto não implica dizer que a solidão desencadeia criatividade, ela simplesmente foi, neste caso, uma influência no trabalho então realizado pelo artista.

 

Causas comuns

 

As pessoas podem sentir solidão por muitas razões e muitos eventos da vida estão associados a ela. A falta de amizades durante a infância e adolescência ou a falta de pessoas interessantes podem desencadear não só a solidão, mas também a depressão e o celibato involuntário. Ao mesmo tempo, a solidão pode ser um sintoma de um outro problema social ou psicológico, que deveria ser tratado.
Muitas pessoas passam pela experiência da solidão pela primeira vez quando são deixadas sozinhas quando crianças. É um pensamento muito comum, embora temporário, em consequência de um divórcio ou a perda de algum relacionamento afetivo de longa duração. Nesses casos, a solidão pode ocorrer tanto por causa da perda do outro indivíduo quanto pelo afastamento do círculo social do qual ambos faziam parte, causado pela tristeza associada ao evento.
A perda de alguém significativo na vida de uma pessoa tipicamente provoca um período de lamentação, onde o indivíduo sente-se sozinho mesmo na presença de outros. A solidão pode ocorrer também após o nascimento de uma criança, um casamento ou outro evento socialmente disruptivo, como a mudança de um estudante para um campus universitário. A solidão pode ocorrer dentro de um casamento ou relacionamentos íntimos similares quando há raiva, ressentimento ou quando o amor dado não é correspondido. Pode também representar uma disfunção de comunicação. Aprender a lidar com mudanças de estilos de vida é essencial para superar a solidão





O sentimento de solidão é agravado pela impessoalidade das cidades populosas
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Na sociedade moderna

 

A solidão ocorre com frequência em cidades densamente populosas; nestas cidades muitas pessoas podem se sentir totalmente sozinhas e deslocadas, mesmo quando rodeadas de pessoas. Elas sentem a falta de uma comunidade identificável numa multidão anônima. É incerto se a solidão é uma condição agravada pela alta densidade populacional ou se é uma condição humana trazida à tona por tal estrutura social. De fato a solidão ocorre mesmo em populações menores e menos densas, mas a quantidade de pessoas aleatórias que entram em contato com o indivíduo diariamente numa cidade grande pode levantar barreiras de interação social, uma vez que não há profundidade nos relacionamentos, e isso pode levar à sensação de deslocamento e solidão. A quantidade de contatos não se traduz na qualidade dos contatos
A solidão parece ter se tornado particularmente prevalente nos tempos modernos. No começo do século XX as famílias, eram tipicamente maiores e mais estáveis, os divórcios eram raros e relativamente poucas pessoas viviam sozinhas. Hoje, há uma tendência de inversão desses valores: cerca de um quarto da população dos Estados Unidos vivia sozinha em 1998. Em 1995, 24 milhões de estadunidenses viviam sozinhos em casa; em 2010, estima-se que este número chegará a cerca de 31 milhões
Um estudo de 2006 da revista American Sociological Review descobriu que os estadunidenses tem, em média, dois amigos próximos com quem trocam confidências, abaixo da média de três encontrada numa pesquisa similar em 1985. O percentual de pessoas que declararam não ter amigos confidentes cresceu de 10 para quase 25%, e 19% adicionais disseram ter somente um único amigo confidente (geralmente o cônjuge), aumentando o sério risco de solidão no caso do fim de tal relacionamento.



Como condição humana 

 

A escola existencialista vê a solidão como essência do ser humano. Cada pessoa vem ao mundo sozinha, atravessa a vida como um ser em separado e, no final, morre sozinho. Aceitar o fato, lidar com isso e aprender como direcionar nossas próprias vidas de forma bela e satisfatória é a condição humana. Alguns filósofos, como Jean-Paul Sartre, acreditaram numa solidão epistêmica, onde a solidão é parte fundamental da condição humana por causa do paradoxo entre o desejo consciente do homem de encontrar um significado dentro do isolamento e do vazio do universo. Entretanto, alguns existencialistas pensam o oposto: os indivíduos precisariam se engajar ativamente uns aos outros e formar o universo na medida em que se comunicam e criam, e a solidão é meramente o sentimento de estar fora desse processo.

 

 

Tratamento

 

Existem muitas formas diferentes para tratar a solidão, o isolamento social e a depressão. O primeiro passo, e o mais frequentemente recomendado, é a terapia. A terapia é um método comum e efetivo de se tratar a solidão, e geralmente é bem-sucedido. Terapias curtas, o tipo mais comum, geralmente se estendem por 10 a 20 semanas. Durante a terapia, enfatiza-se a compreensão da causa do problema; reverter os pensamentos, sentimentos e atitudes negativas resultantes do problema; e explorar as formas de melhora do paciente. Alguns especialistas recomendam a terapia em grupo como uma forma de se conectar a outras pessoas que passam pelo mesmo sofrimento e estabelecer assim um sistema de apoio. Especialistas frequentemente prescrevem antidepressivos como tratamento ou em conjunto com a terapia. Geralmente ocorrem algumas tentativas de combinações de drogas até que uma combinação mais adequada seja encontrada para o paciente — essa combinação é encontrada pelo método da tentativa-e-erro. Alguns pacientes podem desenvolver uma resistência a certos tipos de medicação e necessitar de uma mudança periodicamente
Abordagens alternativas são sugeridas por alguns especialistas. Tais tratamentos incluem exercícios físicos, dieta, hipnose, choques elétricos, acupuntura, fitoterapia, entre outros. Muitos pacientes relatam que a participação em tais atividades aliviaram os sintomas relacionados à depressão, total ou parcialmente Um outro tratamento, tanto para depressão quanto para a solidão, é a terapia de animais de estimação, ou terapia através da presença de animais de companhia, como cachorros, gatos, coelhos e até mesmo porquinhos-da-índia. De acordo com a agência Centers for Disease Control and Prevention, existem vários benefícios associados aos animais de estimação. Além de atenuar a sensação de solidão (mesmo porque isto pode também levar à socialização com outros donos de animais semelhantes), ter um animal de estimação diminui a ansiedade e, consequentemente, os níveis de stress no organismo.



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domingo, 20 de novembro de 2011

Pablo Neruda-Amo-te

photo
Ilusão Perdida Florida ilusão que em mim deixaste
a lentidão duma inquietude
vibrando em meu sentir tu juntaste
todos os sonhos da minha juventude.

Depois dum amargor tu afastaste-te,
e a princípio não percebi. Tu partiras
tal como chegaste uma tarde
para alentar meu coração mergulhado

na profundidade dum desencanto.
Depois perfumaste-te com meu pranto,
fiz-te doçura do meu coração,

agora tens aridez de nó,
um novo desencanto, árvore nua
que amanhã se tornará germinação.

Pablo Neruda, in 'Cadernos de Temuco'
Tradução de Albano Martins Ilusão Perdida Florida ilusão que em mim deixaste
a lentidão duma inquietude
vibrando em meu sentir tu juntaste
todos os sonhos da minha juventude.

Depois dum amargor tu afastaste-te,
e a princípio não percebi. Tu partiras
tal como chegaste uma tarde
para alentar meu coração mergulhado

na profundidade dum desencanto.
Depois perfumaste-te com meu pranto,
fiz-te doçura do meu coração,

agora tens aridez de nó,
um novo desencanto, árvore nua
que amanhã se tornará germinação.

Pablo Neruda, in 'Cadernos de Temuco'
Tradução de Albano Martins

Cartoon: Pablo Neruda (medium) by Nayer tagged pablo,neruda,chile,poet,diplomat,political,figure,communism

 Tédio 

Ir levando no caminho os amores perdidos
e os sonhos idos
e os fatais sinais do olvido.

Ir seguindo na dúvida das horas apagadas,
pensando que todas as coisas se tornaram amargas
para alongarmos mais a via dolorosa.

E sempre, sempre, sempre recordar a fragrância
das horas que passam sem dúvidas e sem ânsias
e que deixamos longe na estéril errância.

Pablo Neruda, in 'Cadernos de Temuco'
Tradução de Albano Martins
Querer (Pablo Neruda)

Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.

Nos Bosques, Perdido (Pablo Neruda)

Nos bosques, perdido, cortei um ramo escuro
E aos labios, sedento, levante seu sussurro:
era talvez a voz da chuva chorando,
um sino quebrado ou um coração partido.
Algo que de tão longe me parecia
oculto gravemente, coberto pela terra,
um gruto ensurdecido por imensos outonos,
pela entreaberta e úmida treva das folhas.
Porém ali, despertando dos sonhos do bosque,
o ramo de avelã cantou sob minha boca
E seu odor errante subiu para o meu entendimento
como se, repentinamente, estivessem me procurando as raízes
que abandonei, a terra perdida com minha infância,
e parei ferido pelo aroma errante.
Não o quero, amada.
Para que nada nos prenda
para que não nos una nada.
Nem a palavra que perfumou tua boca
nem o que não disseram as palavras.
Nem a festa de amor que não tivemos
nem teus soluços junto à janela...

Pablo Neruda

Para meu coração teu peito basta,
para que sejas livre, minhas asas.
De minha boca chegará até o céu
o que era adormecido na tua alma.
Mora em ti a ilusão de cada dia
e chegas como o aljôfar às corolas.
Escavas o horizonte com tua ausência,
eternamente em fuga como as ondas.
Eu disse que cantavas entre vento
como os pinheiros cantam, e os mastros
Tu és como eles alta e taciturna.
Tens a pronta tristeza de uma viagem.
Acolhedora como um caminho antigo,
povoam-te ecos e vozes nostálgicas.
Despertei e por vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam em tua alma.

Pablo Neruda

Já és minha. Repousa com teu sonho em meu sonho.
Amor, dor, trabalhos, devem dormir agora.
Gira a noite sobra suas invisíveis rodas
e junto a mim és pura como âmbar dormido.
Nenhuma mais, amor, dormirá com meus sonhos.
Irás, iremos juntos pelas águas do tempo.
Nenhuma mais viajará pela sombra comigo,
só tu, sempre-viva, sempre sol, sempre lua.
Já tuas mãos abriram os punhos delicados
e deixaram cair suaves sinais sem rumo,
teus olhos se fecharam como duas asas cinzas.
Enquanto eu sigo a água que levas e me leva:
a noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,
e já não sou sem ti senão apenas  teu sonho.

Pablo Neruda plaque, Santiago, Chile

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Pablo Neruda-OBRA

  • Crepusculario. Santiago, Ediciones Claridad, 1923.
  • Veinte poemas de amor y una canción desesperada. Santiago, Nascimento, 1924.
  • Tentativa del hombre infinito. Santiago, Nascimento, 1926.
  • El habitante y su esperanza. Novela. Santiago, Nascimento, 1926. (prosa)
  • Residencia en la tierra (1925-1931). Madrid, Ediciones del Arbol, 1935.
  • España en el corazón. Himno a las glorias del pueblo en la guerra: (1936- 1937). Santiago, Ediciones Ercilla, 1937.
  • Tercera residencia (1935-1945). Buenos Aires, Losada, 1947.
  • Canto general. México, Talleres Gráficos de la Nación, 1950.
  • Todo el amor. Santiago, Nascimento, 1953.
  • Odas elementales. Buenos Aires, Losada, 1954.
  • Nuevas odas elementales. Buenos Aires, Losada, 1955.
  • Tercer libro de las odas. Buenos Aires, Losada, 1957.
  • Estravagario. Buenos Aires, Losada, 1958.
  • Cien sonetos de amor (Cem Sonetos de Amor). Santiago, Ed. Universitaria, 1959.
  • Navegaciones y regresos. Buenos Aires, Losada, 1959.
  • Poesías: Las piedras de Chile. Buenos Aires, Losada, 1960.
  • Cantos ceremoniales. Buenos Aires, Losada, 1961.
  • Memorial de Isla Negra. Buenos Aires, Losada, 1964. 5 vols.
  • Arte de pájaros. Santiago, Ediciones Sociedad de Amigos del Arte Contemporáneo, 1966.
  • Fulgor y muerte de Joaquín Murieta. Bandido chileno injusticiado en California el 23 de julio de 1853. Santiago, Zig-Zag, 1967. (obra teatral)
  • La Barcaola. Buenos Aires, Losada, 1967.
  • Las manos del día. Buenos Aires, Losada, 1968.
  • Fin del mundo. Santiago, Edición de la Sociedad de Arte Contemporáneo, 1969.
  • Maremoto. Santiago, Sociedad de Arte Contemporáneo, 1970.
  • La espada encendida. Buenos Aires, Losada, 1970.
  • Discurso de Stockholm. Alpigrano, Italia, A. Tallone, 1972.
  • Invitación al Nixonicidio y alabanza de la revolución chilena. Santiago, Empresa Editora Nacional Quimantú, 1973.
  • Libro de las preguntas. Buenos Aires, Losada, 1974.
  • Jardín de invierno. Buenos Aires, Losada, 1974.
  • Confieso que he vivido. Memorias. Barcelona, Seix Barral, 1974. (autobiografia)
  • Para nacer he nacido. Barcelona, Seix Barral, 1977.
  • El río invisible. Poesía y prosa de juventud. Barcelona, Seix Barral, 1980.
  • Obras completas. 3a. ed. aum. Buenos Aires, Losada, 1967. 2 vols.

    Ligações externas

    Commons
    O Commons possui multimídias sobre Pablo Neruda
    Wikiquote
    O Wikiquote possui citações de ou sobre: Pablo Neruda
  • Perfil no sítio oficial do Nobel de Literatura 1971 (em inglês)
  • Neruda (site desenvolvido pela Universidade do Chile - em espanhol)
  • Fundación Pablo Neruda (espanhol/inglês)
  • Poemas de Amor - Poemas de Pablo Neruda
  • Neruda - Poeta do Mar
Precedido por
Alexander Soljenítsin
Nobel de Literatura
1971
Sucedido por
Heinrich Böll