World time

sexta-feira, 8 de abril de 2011

VIDA

Florbela em desenho de seu irmão Apeles Espanca (1897-1927).
Filha de Antónia da Conceição Lobo e do republicano João Maria Espanca nasceu no dia 8 de Dezembro de 1894 em Vila Viçosa, no Alentejo. O seu pai herdou a profissão do sapateiro, mas passou a trabalhar como antiquário, negociante de cabedais, desenhista, pintor, fotógrafo e cinematografista. Foi um dos introdutores do “Vitascópio de Edison” em Portugal[3].
Seu pai era casado com Mariana do Carmo Toscano[4]. A sua esposa não pôde dar-lhe filhos. Porém, João Maria resolveu tê-los – Florbela e Apeles, três anos mais novo – com outra mulher, Antónia da Conceição Lobo, de condição humilde. Ambos os irmãos foram registados como filhos ilegítimos de pai incógnito[5]. Entretanto, João Maria Espanca criou-os na sua casa, e Mariana passou a ser madrinha de baptismo dos dois. João Maria nunca lhes recusou apoio nem carinho paternal, mas reconheceu Florbela como a sua filha em cartório só dezoito anos depois da morte dela[3].
Entre 1899 e 1908, Florbela frequentou a escola primária em Vila Viçosa[5]. Foi naquele tempo que passou a assinar os seus textos Flor d’Alma da Conceição[6]. As suas primeiras composições poéticas datam dos anos 1903 - 1904[3]: o poema “A Vida e a Morte”, o soneto em redondilha maior em homenagem ao irmão Apeles, e um poema escrito por ocasião do aniversário do pai. Em 1907, Florbela escreveu o seu primeiro conto: “Mamã!” No ano seguinte, faleceu a sua mãe, Antónia, com apenas vinte e nove anos[3].
Flor ingressou então no Liceu Masculino André de Gouveia em Évora, onde permaneceu até 1912[7]. Foi uma das primeiras mulheres em Portugal a frequentar o curso secundário[6]. Durante os seus estudos no Liceu, Florbela requisitou diversos livros na Biblioteca Pública de Évora, aproveitando então para ler obras de Balzac, Dumas, Camilo Castelo Branco, Guerra Junqueiro, Garrett. Quando ocorreu a revolução de 5 de Outubro de 1910, Florbela está há dois dias com a família na capital, no Francfort Hotel Rossio, mas não se conhecem comentários seus à sua vivência deste dia [1].
Em 1913 casou-se em Évora com Alberto de Jesus Silva Moutinho, seu colega da escola. O casal morou primeiro em Redondo[3]. Em 1915 instalou-se na casa dos Espanca em Évora, por causa das dificuldades financeira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário